Albio Melchioretto #111: Uma coluna sem mídia

Colunista fala da dependência internética atual (Reprodução)
A escritora argentina Paula Sibília afirma que vivemos em tempos de redes, entretanto, algumas instituições ainda estão cercadas por paredes. A parede como oposição a rede, enclausura, já a rede proporciona nodos virtuais. O que me faz muito sentido ao que estou vivendo nesta semana. Faz dias que estou sem acesso à internet em casa. Estou, forçosamente, a trocar o meu acesso domiciliar a internet. Escrevo apenas entre paredes, sem nenhuma rede. A princípio, não teria coluna, mas resolvi falar deste problema. Hoje, a conexão ao ciberespaço é uma necessidade, não mais um luxo ou apenas entretenimento. Tenho algumas manias, ou hábitos. Sempre consulto, com um dia de antecedência a grade esportiva, onde me programo entre meu mínimo tempo livre para ver os jogos de interesse. Passo diariamente por vários sites para ter acesso as discussões e novidades da televisão, além de fóruns e conversas onde o contato com aficionados me ajudam. Mas nesta semana estive no escuro e assisti única e exclusivamente pelas informações do controle remoto. Que difícil. Senti-me completamente desinformado. Ao ponto de não saber o que escrever.

Junto com a desinformação, vem também a dependência. Para falar de mídia televisiva recorro a mídia virtual. Faz sentido? A televisão estrutura-se em modo linear, para ter acesso às informações recorro a informação sob-demanda. Acredito, que a televisão linear não vai desaparecer, mas aos poucos, os aplicativos de acesso sob-demanda crescerão. Os jornais não desapareceram com a entrada do rádio e este com a televisão e assim por diante. Um não ocupará o espaço do outro, cada qual terá seu espaço e sua forma de informar, mas a convergência entre os modos forma o espectador de nosso tempo.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Tanto falatório para que? Você pode estar se perguntando. Minha intenção é clara. Em tempos de informação virtual e muitos meios digitais informacionais ainda insistimos no debater o futebol como ilha, onde a tecnologia é condenada. Defendo a ideia que o futebol devesse usar de recursos tecnológicos para minimizar erros de arbitragem ou ainda, limitar a ação da televisão, quiçá, reprises somente após a decisão do árbitro, mesmo quando há casos como a estapafúrdia confusão no Fla x Flux. Se as imagens dos canais Premiere esperassem o desenvolver das confusões de campo, não haveria interferência externa. Das duas uma, libera o uso de tecnologias ou a televisão colabora com as polêmicas. Interferência externa é proibida, mesmo quando o lance discutido seja uma questão de justiça. Não é o motivo, mas o meio que estou a julgar.

Enquanto estamos em redes, o juiz aparece ainda apenas entre paredes, ou no caso linhas.

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