Albio Melchioretto #131: Vários Brasis

Atlético/AC foi uma das 'vítimas' (Reprodução)

A coluna de hoje é sugestão de um leitor muito querido. A desvalorização dos times fora do eixo RJ-SP na mídia esportiva. A motivação apresentada por ele, aconteceu nos dias anteriores ao jogo entre Brusque e Corinthians.

Vou além, os jogos da Copa do Brasil escancaram a violação dos menores centros. Para citar três casos: Roberto Alves no caso do Figueirense diante do Atlético-AC; um jornalista mineiro no caso de Cruzeiro versus o Murici, além dos inúmeros comentaristas no jogo do Brusque. Quando um comentarista esquece do pequeno, do menor, daquele fora do eixo, ele deixa evidente o quão despreparado é. E o grau de importância que existe na pauta.

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto

Se os programas são em rede nacional porque focar apenas em dois polos? Entendo que uma emissora regional, de alcance geográfico limitado, faça isto, mas não entendo uma televisão paga ou aberta, cabeça de rede reproduzir uma ideia de domínio. É evidente que existem os interesses comerciais do maior centro de negócios, a aferição da audiência em poucos pontos e interesses políticos. Há clube com torcida de massa por conta da influência “global” durante a ditadura militar. Mas isso tudo não pode ser justificativa para se falar de poucos clubes de norte a sul. Clubes de menor expressão, como a Lusa ou o Bangu raramente chegam as telas. Então, corrigindo o meu texto, não é o eixo, mas os grandes que compõe o eixo que dominam as pautas.

Esta limitação nos faz refletir sobre o poder da mídia na decisão dos espectadores, na escolha em que time torcer, do que se falar na mesa durante o almoço, entre outras “pautas” informais. Não falamos dos “pequenos”, mas apenas dos grandes do eixo RJ-SP que ocupam espaço. Nossos discursos repetem os discursos da mídia. Enquanto isso ignoramos as centenas de clubes, e os milhares de jogadores que sofrem com condições sub-humanas em busca de um sonho. São tantos brasis dentro do Brasil.

E onde isso tudo vai parar?

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