Coluna do Professor #231, por Albio Melchioretto


DO CARIOCA AO BRASILEIRÃO

A coluna de hoje tratará de dois temas distintos, o Brasileirão que se aproxima, e será, depois de vinte anos, o primeiro com divisão de rede com direitos de transmissão e por fim, um olhar pelo escandaloso jogo final da Taça Guanabara.

UM BRASILEIRO PARA POUCOS VEREM

Na última sexta-feira, 22, foi divulgada a tabela do brasileirão deste ano. Na sequência, nas mídias sociais, já foram divulgados os primeiros jogos que serão mostrados pelo canal TNT. O Premiere tem direito de 18 clubes, exceção feita a Palmeiras e ao Athlético, mostrarão todos jogos que não envolvam estes dois. Globo com dois jogos por semana, sem a presença destes dois também, e o Sportv mostrará 13 clubes. Será uma confusão para o espectador, nos próximos três anos encontrar, se que encontrará os jogos do seu time. Não vejo como produtivo este modelo de venda da competição.

Colunista fala da divisão dos jogos do Campeonato Brasileiro entre Globo, SporTV, TNT e Premiere (Reprodução)
O problema na venda fracionada dos direitos acontece no ganho. Apenas clubes ganham. O espectador não. Os canais de TV, parcialmente. O espectador ficará perdido na busca do jogo. O leitor de Esporte e Mídia, é um privilegiado que busca informação e tem aqui, um guia de programação e longos debates sobre o tema, mas não é a regra geral. A grande maior dos torcedores, tem dificuldades para encontrar um jogo quando está fora do canal habitual. Por exemplo, nas mídias sociais, os “perdidos” na estreia do Corinthians pela Sulamericana. E aqui no Brasileiro há uma agravante, são três setores da televisão com direitos diferentes. Uma condição para TV aberta, via Globo; outra condição para TV por assinatura, aqui entrando a dupla Sportv e TNT e uma outra condição ainda, para o Pay-per-view. São janelas múltiplas onde apenas os clubes ganham dinheiro, mas fragmenta o campeonato e o produto é desvalorizado, pois muitos não saberão onde encontrá-lo.

Para pensar o produto, a vantagem seria uma negociação em bloco. A liga discutindo valores e transmissões. Uma venda casada, a modo NBB/NBA. Com dias e horários específicos para cada canal. Neste modelo, há uma regularidade, que faria o torcedor habituar-se a uma condição permanente ao longo do campeonato. Venda o produto e não dos jogos, pensar uma liga e não um clube. Um clube sem liga não é nada!

A VERGONHA DA TAÇA GUANABARA

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio
Se o futebol carioca estivesse nas mãos de pessoas sérias, a final da Taça Guanabara não aconteceria. Crítica registrada e pontuada, vamos a um problema. Acompanhei o jogo via Premiere na voz de Luís Carlos Júnior, recebi também um vídeo de Luís Roberto criticando a federação e deixei a timeline do Twitter em constante atualização na busca de imagens e críticas mais contundentes.

A segunda-feira repercutiu. Na terça-feira alguns falaram. Na quarta-feira o assunto esquecido. Como a mídia tradicional comporta-se em velocidade de mídias sociais, podemos esperar a repetição da vergonha novamente. Comentários quentes na hora do fato é o esperado. Mas depois dele, uma reflexão séria e reportagens investigativas. O jornalismo investigativo morreu quando o interesse do promotor se mostra maior que o fato em si. Uma jornalismo de oportunidade. Criticar na hora do fato, mas depois dele apurações merecem o olhar sério e denunciante. Como todos esquecemos, os envolvidos seguem em passos letárgicos na morte do futebol carioca. A irresponsabilidade deles, colocou em risco a vida de milhares torcedores. Não se pode esquecer isso.

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5 Comentários

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  1. A concorrência é boa e sadia quando mais de uma empresa oferece o mesmo produto. Agora o que não dá pra aceitar é esse modelo tosco e torto que a Turner e a Globo estão oferecendo. Qual vantagem que a Maria leva? De um lado os times que reclamavam dos valores da Globo e do monopólio saíram de um e entraram no outro. Quem não pode assistir o jogo pelo Esporte Interativo simplesmente não tem como assistir (sobra o rádio).

    Pra mim a intenção deles era boa mas achei ridículo esse formato. Fizesse uma negociação em conjunta com os 40 times e todos sairiam felizes. Não perderiam contrato com a Globo e ganhariam mais dinheiro e todo mundo sairia ganhando. Eu vou achar engraçado a hora que começar o campeonato. Se digamos que o Palmeiras for campeão a Globo não tem como passar o jogo. Se for o Flamengo por exemplo o Esporte Interativo não pode passar.

    Um legítimo balaio de Gato.

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  2. Acho que se parassem de assistir o campeonato brasileiro os clubes tentariam melhorar um pouco. Tem tanto futebol bom na TV hoje em dia, não sei por que ainda assistem isso.

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  3. O grande problema é que não há uma liga formada pelo clubes, para representar o interesse dos mesmos. Ficam todos a mercê dos desmandos oportunistas de Globo e CPF, reclamam, reclamam e não tomam nenhuma atitude para mudar essa situação .

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  4. Antes de escrever algo sobre determinados assuntos devemos procurar o pai dos burros.
    Tem nada de troca de monopólio nesse imbróglio todo.Monopólio é as 'organizaçoes'globo terem os direitos de todas as mídias do Brasileirão.

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  5. Tudo isso teve sua origem através do gangster que comanda o Corinthians, com o sepultamento do Clube dos 13, onde as negociações deixaram de ser em conjunto e passaram a ser individuais com as emissoras.

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