Coluna do Professor #282, por Albio Melchioretto

(Foto: Edgar Garrido/Reuters)
FUTEBOL ALIENADO, ALIENANTE...

Estimado leitor, você já deve ter ouvido a expressão “alienado” várias vezes, certo? No meio esportivo, já ouvi, alguns comentaristas, reclamando que determinados jogadores “são alienados”, principalmente após algumas entrevistas que falam muito sem nada dizer. Em Karl Marx, encontramos, a expressão alienado voltado aquele que deixa a razão para refugiar-se na fantasia. E neste contexto que quero usar a expressão “alienado”, embora existam outras. O direito utiliza-se da interpretação de Jean-Jacques Rousseau. Mas minha escolha teórica, dar-se-á por Marx, pela aproximação que ele faz de Georg W. Friedrich Hegel, por indicar um estranhamento da consciência.

Minha crítica, está no caráter alienante da FIFA, da Conmebol, da Football Associotin, Clubes e alguns envolvidos e outras que ocultam determinadas ações em nome do espetáculo, ou se firmam por pós-verdades. O fato que me refiro, tangenciei rapidamente na coluna passada (#281), que foi a atitude da Conmebol em não mostrar a invasão do campo no jogo entre Universidad Católica versus Internacional. Que foi o jogo de ida, da segunda fase da Libertadores.  Mas a lógica, se estende, a qualquer prática de monopólio das imagens.

Quando uma instituição qualquer, detêm o monopólio da geração das imagens, corremos o risco, de ver apenas aquilo que interessa ao gerador do espetáculo, caso ele não seja comprometido com a ética da imparcialidade. Que foi o caso da Conmebol. Invasões de campo, brigas entre torcedores, vandalismo, são crimes ou contravenções. Fato. Mas deixar de mostrar sob a falácia que depreciará o produto, é limar ao público do factual. Está lá, é notícia, está acontecendo. Este é o grande problema, quando as imagens estão monopolizadas. Não temos acesso ao fato. Quem viu e ficou apenas com as imagens oficiais, pouco soube do caos que aconteceu no Chile naquele jogo. Se as empresas envolvidas, tivessem câmeras exclusivas, ou equipes para o release jornalístico, teríamos outra situação, mas aqui estamos no campo do se…

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@professoralbio
A era da informação, celulares, da conectividade, faz as notícias chegar, por vias não oficiais, mas chegam. Não faz sentido o monopólio das imagens. A ideia de mostrar um produto apenas pela lógica do interesse maquínico, forma uma massa de alienados diante do que está acontecendo. A televisão, ou a mídia que mostra, antes do entretenimento, tem uma função social. Infelizmente, em várias vezes, esta é deixada de lado em nome de interesses, que nem sempre estão claros.

Isso é tão ridículo quanto notinha de clube e de empresário após receber críticas na mídia. O animador, ou o apresentar, defende um argumento, faz uma reflexão, e logo os alvos dela já saem soltando notas de repúdio. Querem também monopolizar a imagem-da-crítica? A melhor resposta, não é o combate ao argumento, mas evidenciar a falaciosidade dele.
Este é o mesmo risco que corremos, quando a mídia brasileira faz jogo off-tube no rádio, ou compra-se competições, e se quer, há a presença de um repórter local. Há acontecimentos que a distância funcionam, mas não se mostram como deve ser. Corremos o risco, de ver apenas a fantasia do espetáculo, sem de fato, entender os meandres que o compõe.





2 Comentários

O que achou dessa informação? Compartilhe conosco!

Os comentários ofensivos serão apagados.

O teor dos comentários é de total responsabilidade dos leitores.

  1. O Chile estava a léguas de distância da Venezuela em tudo pra melhor,mas o que há é um interesse muito grande em dissecar o Chile que vive numa democracia, em contrapartida não vejo esse entusiasmo em mostrar o terror que acontece naquele país que tem um ditador sanguinário no poder(Maduro),o que há é um interesse imenso nos jornalistas, na maioria absurda de esquerda, na volta de sua ideologia que anda perdendo um pouco de espaço para outra.
    Aqui no Brasil vejo desdém até para falar o nome do atual Presidente, numa clara falta de respeito a 57 milhões de brasileiros e não robôs ,porque robôs não votam e nem tem título de eleitor.
    Noutras palavras o que importa é mostrar a baderna patrocinada pelo Foro de São Paulo, de Black books destruindo patrimônios em discussão das políticas de privatizações naquele país, é INACREDITÁVEL, mas como de Marx,alienação, mas só que daqueles que o tem como idolo.

    ResponderExcluir
  2. Concordo em tudo que foi dito a respeito da Comebola / Fifa / Uefa, agora descordo no que tange a defender o palhaço de tv que entra logo após o futebol ("O animador, ou o apresentar, defende um argumento, faz uma reflexão, e logo os alvos dela já saem soltando notas de repúdio."). Falou m. como ele sempre fala, agora bateu de frente com alguém que recorreu a justiça e conseguiu direito de resposta pro monte de asneira que o palhaço global tinha falado. Não pensem que ele estava defendendo as famílias dos meninos que morreram, ele assim como os demais do horário estão se lixando pra elas, só buscam audiência, o problema ai é a questão do Flamengo não ter assinado os direitos de transmissão do imponente carioquinha.

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem