Coluna do professor #392 CBF, FIFA e a punição aos times brasileiros

Lucas Figueiredo/CBF

Na sexta-feira, 01 de dezembro, circulou nas mídias sociais que uma conspiração envolvendo ex-mandatários da CBF, que acionariam a entidade na justiça para retirar Ednaldo Rodrigues (foto( da presidência. A FIFA, para impor seus interesses políticos, tem punido as confederações que sofrem sanções da justiça ou de governos, com a suspensão dos clubes e seleções das competições internacionais.

A notícia circulante dava a pista que o Fluminense seria a primeira participação ceifada, vetada sua participação no Mundial de clubes. Porém, a notícia é fake. Difícil de acreditar que a briga pelo poder, na verdade, é uma inverdade. 

Veículos como a Veja e Globo Esporte mostraram que a notícia circulante é fake news. A notícia circulou nas redes sociais e em alguns sites, mas que foi desmentida pela própria FIFA e pela CBF. A FIFA afirmou que não há nenhuma investigação ou sanção em curso contra a CBF, e que respeita a autonomia e a independência das federações nacionais. A CBF também negou qualquer possibilidade de suspensão, e disse que mantém um diálogo constante e transparente com a FIFA. Portanto, não há motivo para preocupação, pois a seleção brasileira e os clubes brasileiros podem continuar participando normalmente das competições internacionais.

O que me intriga é o ceticismo do público, quando é mais fácil acreditar na falsa notícia que inocentar a CBF. A casa que orquestra o futebol brasileiro está em descrédito. 

A CBF é alvo de diversas denúncias e investigações de corrupção, envolvendo dirigentes, empresários, políticos e até mesmo a FIFA. Alguns exemplos são o escândalo do "Fifagate", que levou à prisão de vários cartolas, incluindo o ex-presidente da CBF José Maria Marin; a acusação de que a CBF recebeu propina para apoiar a candidatura do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022; e a suspeita de que a CBF tenha interferido na escolha dos árbitros e nos resultados dos jogos do Campeonato Brasileiro.

O modelo de gestão adotado pela confederação é autoritário, centralizador e antidemocrática, que não leva em conta os interesses e as demandas dos clubes, dos jogadores, dos torcedores e da sociedade em geral. Alguns exemplos são a falta de transparência nas decisões e nas finanças da entidade; a resistência em adotar medidas de modernização e profissionalização do futebol brasileiro, como o fair play financeiro e o calendário unificado; e a imposição de um modelo de disputa que privilegia os grandes clubes e prejudica os pequenos, gerando desequilíbrio e desinteresse pelo campeonato nacional.

Também é mister relembrar o desprestígio da seleção, que apresenta um retrospecto vergonhoso no início da era de Diniz. A CBF é responsável direta pelo fracasso e pela decadência da seleção brasileira, que não conquista um título mundial desde 2002 e que tem apresentado um futebol burocrático, previsível e sem brilho. Alguns exemplos são a escolha de técnicos contestados; a convocação de jogadores que não estão em boa forma ou que não têm identificação com a camisa verde e amarela; e a submissão aos interesses comerciais e políticos, que fazem com que a seleção jogue amistosos sem sentido e em locais exóticos, como Cingapura, Arábia Saudita e Estados Unidos.

No entanto, isso não significa que a CBF não tenha nenhum mérito ou que não possa mudar sua imagem e sua atuação. A CBF também tem feito algumas ações positivas, como o apoio ao futebol feminino, a criação da Série D e da Copa Verde, e a realização de cursos e eventos para capacitar e valorizar os profissionais do futebol. 

Porém, o somatório de elementos de contestação parece-me mais fácil crer na suspensão da FIFA à CBF que na verdade dos fatos.

Depois de uma pausa de três anos, a Coluna do Professor retorna ao site Mídia Esportiva. Por ora, agradeço ao Ribamar Xavier pela confiança e pela liberdade de crítica e expressão.

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