Coluna do professor #404: O Podcast esportivo como nova fronteira: assertividade e versatilidade na era digital

Foto: Ilustrativa/Reprodução/Internet

Nos últimos anos, os programas de áudio, podcast, consolidou-se como uma das principais ferramentas de comunicação no cenário midiático, especialmente no âmbito esportivo. Sua ascensão pode ser atribuída à capacidade de atingir públicos específicos, oferecendo conteúdo segmentado e aprofundado que, muitas vezes, não encontra espaço nas mídias tradicionais. Diferentemente do rádio e da televisão, que demandam horários fixos e abordagens generalistas para alcançar audiências massivas, o podcast permite a criação de narrativas especializadas, capazes de dialogar diretamente com nichos de interesse. A genialidade do nicho carrega consigo alguns problemas, o “embolhamento”.  

A versatilidade do formato contribui para sua popularidade, ele é multiplataforma. Os podcasts adaptam-se à rotina do ouvinte. Seja durante deslocamentos, atividades físicas ou momentos de lazer, o conteúdo está disponível sob demanda, característica que contrasta com a linearidade das transmissões de rádio, televisão e exigem banda menor que o streaming de vídeo. Além disso, a facilidade de produção e distribuição, aliada à acessibilidade de plataformas digitais, permite que tanto grandes veículos de comunicação quanto produtores independentes criem e compartilhem seus programas. Essa democratização do acesso amplia a diversidade de vozes e perspectivas no debate esportivo. 

Outro aspecto relevante é a relação de intimidade estabelecida entre os produtores e seu público. A linguagem mais descontraída e o formato conversacional aproximam os ouvintes dos debatedores, criando uma sensação de participação e pertencimento. Essa dinâmica contrasta com a formalidade e a distância frequentemente associadas às mídias tradicionais. No contexto esportivo, essa proximidade é especialmente valorizada, pois os fãs buscam não apenas informações, mas também identificação e engajamento emocional com os conteúdos que consomem. 

Por fim, é importante destacar que o sucesso dos podcasts no universo esportivo reflete uma transformação mais ampla nos hábitos de consumo de mídia. Em um cenário marcado pela fragmentação das audiências e pela busca por personalização, o formato surge como uma alternativa eficaz para atender às demandas de um público cada vez mais exigente e diversificado. Assim, o podcast não apenas se consolida como uma nova fronteira da mídia esportiva, mas também redefine como o esporte é discutido, consumido e compartilhado na era digital. Porém, que tipo de espectador construímos? Alguém “embolhado” que consome apenas um formato ou um espectador crítico e contemplativo? 

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Esta coluna segue a mesma esteira de questionamento das novidades que a coluna anterior, a #403, apresentou. Neste sentido agradeço o comentário do leitor Pedro Henrique, e dou continuidade aos questionamentos da “modernidade” que se apresenta.  

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Sobre o autor: 

Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau, editor do podcast, Tecendo Ideias.  

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