Flamengo e ex-dirigentes desistem de ação contra Gian Oddi e ESPN após quatro anos

Foto: Reprodução/ESPN

O Flamengo e o ex-presidente do clube, Rodolfo Landim, desistiram oficialmente da ação judicial movida contra o jornalista Gian Oddi e a ESPN. A disputa judicial se arrastava desde 2020 e teve como estopim um comentário crítico de Oddi, feito durante a cobertura da pandemia de Covid-19. A informação foi revelada pelo jornalista Gabriel Vaquer, do portal F5.

A decisão de encerrar o processo partiu da atual gestão rubro-negra. Luiz Eduardo Baptista, o Bap, que assumiu a presidência do Flamengo em janeiro deste ano, recomendou a retirada do processo assim que tomou posse. A medida foi tomada após o clube ter perdido a ação em segunda instância.

O caso já havia chegado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas foi arquivado após pedido formal das partes envolvidas. A solicitação foi aceita pelo ministro Antônio Carlos Ferreira, relator do processo na corte superior.

Além de Landim e do clube, Rodrigo Dunshee de Abranches — ex-vice-presidente jurídico do Flamengo — também figurava como autor na ação. Inicialmente, mesmo após a desistência do clube, Landim e Dunshee tentaram seguir com o processo de forma independente, mas acabaram recuando e solicitaram o arquivamento definitivo no fim de maio.

A polêmica teve início em março de 2020, quando Gian Oddi, durante um comentário na ESPN, criticou duramente a posição da diretoria do Flamengo por votar contra a paralisação do Campeonato Carioca, em meio ao avanço da pandemia. Na ocasião, o jornalista afirmou:

“Nada justifica a postura desses dirigentes de tentarem manter o campeonato, de continuar com os jogos, porque eles sabem muito bem quais seriam as consequências de continuar jogando. É uma diretoria desumana. Já se mostrou uma diretoria desumana, e tem se mostrado uma diretoria desumana, no caso dos garotos do Ninho, e volta a se mostrar uma diretoria desumana, que pensa em dinheiro, em tabela de Excel.”

A crítica foi considerada ofensiva pelos dirigentes do clube, que moveram ação por danos morais. No entanto, a Justiça entendeu que se tratava de manifestação dentro dos limites da liberdade de expressão e do exercício do jornalismo.

Com o fim do processo, Gian Oddi e a ESPN saem juridicamente vitoriosos, num episódio que reacende o debate sobre os limites entre crítica jornalística e ações judiciais por parte de entidades esportivas.

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