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| Foto: Reprodução |
Hoje, domingo dia dos pais, aconteceu o primeiro jogo da final da Liga de Basquete Feminina. A liga foi fundada em 2010, para revitalizar o basquete feminino. Chegamos a 14ª edição. Nesta as equipes do SESI Araraquara e Sampaio Corrêa, repetem, pelo terceiro ano consecutivo, a final do torneio. O clube maranhense tem a maior presença em finais, seis vezes, com três títulos. O torneio estava presente na TV Brasil; Canal UOL e ESPN/Disney.
E a primeira partida, em São Luiz, às 14 horas de domingo, está com inúmeros lugares a mostra. Como pode, uma final, com duas potências, de um esporte popular, não lotar estádios?
Eu sei que o almoço de família, no dia de celebrar a paternidade, concorre diretamente com o jogo. Eu percebo que, quando o horário não conversa com a rotina local, o torcedor negocia com a própria consciência. Não culpo quem prefere ficar com o pai ou chegar mais tarde, mas isso esvazia arquibancadas. Mas o esvaziamento é uma tônica em todas as competições olímpicas no Brasil.
Eu me apaixono por histórias, não só por tabelas e estatísticas. Eu sinto falta de narrativas que façam a final parecer imperdível, com rivalidades, bastidores e ídolos próximos. Hoje, considero o Sampaio e o SESI como potências técnicas, mas ainda distantes do imaginário popular fora de seus nichos. Nós não falamos nisso no dia a dia. Como já dito, diversas vezes, onde está o esporte olímpico no noticiário popular? Eu só compro ingresso com entusiasmo quando reconheço rostos, trajetórias e símbolos que me representem. Não é assim? O esporte precisa de um apoio imediato de presença massiva em mídias. Não me parece uma coisa absurda, ou seria?
E, não acredito que a resposta seja “o brasileiro não liga para basquete feminino”. Eu vejo um somatório de escolhas estratégicas que sabotam a lotação, do calendário à experiência. Eu proponho que a próxima final seja pensada como um festival da cidade, com semanas de mobilização e vantagens claras para quem comparecer. Insisto, ginásio cheio é engenharia de desejo, não milagre. O problema é do torcedor que não vai ou de quem ainda trata o basquete feminino como produto de segunda?
Parabéns a todos os pais. Força e coragem!
Sobre o autor:
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau, editor do podcast, Tecendo Ideias.

