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| Foto: Victor Ferreira/Vitória |
O Esporte Clube Vitória vive dias decisivos fora de campo. Em assembleia do Conselho Deliberativo realizada na última quinta-feira (11), o clube aprovou a venda de 15% dos direitos de transmissão para investidores ligados à Liga Forte União (LFU), em um contrato válido até 2074. O acordo prevê aporte imediato de R$ 68 milhões, mas já nasce cercado de polêmicas sobre sua legalidade. As informações são do portal ge.
Vitória deixa a Libra e aposta na LFU
O contrato com a LFU só passa a valer em 2029, quando termina o vínculo do clube com a Liga do Futebol Brasileiro (Libra). A decisão já havia sido sinalizada pelo presidente Fábio Mota, que anunciou a saída da Libra em coletiva de imprensa.
Segundo o dirigente, a troca de liga é estratégica: além do aporte imediato de R$ 68 milhões, o clube projeta receitas anuais maiores na LFU. O valor pago pela Libra gira em torno de R$ 123 milhões por temporada, enquanto o acordo com a LFU prevê R$ 166 milhões anuais, de acordo com números divulgados pelo próprio Vitória.
Votação no Conselho e questionamentos da oposição
A proposta foi votada por 92 conselheiros: 54 a favor, 36 contra, duas abstenções e um que deixou o local antes da votação. A aprovação, portanto, ocorreu por maioria simples.
O problema é que um grupo de oposição, denominado Frente Vitória Popular, contesta o resultado. Eles defendem que, por se tratar de uma operação equiparada a alienação de patrimônio, seria necessário o voto de dois terços dos conselheiros presentes — o que corresponderia a pelo menos 61 votos favoráveis.
Em nota, o grupo afirmou:
“O Estatuto tem o regramento definido e a votação não cumpriu os requisitos para aprovação. O resultado sequer foi proclamado ao final da reunião. Estamos aguardando a publicação da ata para tomar as medidas cabíveis”.
O Conselho Deliberativo, por sua vez, considera que o tema se enquadra como “direitos de natureza comercial”, o que exige apenas maioria simples. Para encerrar o impasse, o clube solicitou um parecer da sua Diretoria Jurídica antes da publicação da ata oficial.
Dívidas e impacto financeiro no Vitória
A prioridade da diretoria é usar o aporte imediato para reduzir o passivo rubro-negro, hoje em torno de R$ 203,4 milhões. Fábio Mota afirmou que a entrada no bloco da LFU não só garante alívio financeiro, mas também representa maior valorização a longo prazo.
Outros clubes e percentuais negociados
A venda de fatias dos direitos de transmissão tem se tornado prática comum entre os clubes que aderem à LFU, embora não seja obrigatória. O Corinthians, por exemplo, ingressou na liga sem realizar a operação. Já Sport e Fortaleza negociaram 20% de seus direitos por 50 anos, mas os contratos estão em fase de renegociação para reduzir o percentual a 10%.
Futuro em jogo
Enquanto aguarda o parecer jurídico e a publicação da ata, o Vitória segue no centro de uma disputa política que pode definir não apenas sua situação financeira imediata, mas também o futuro de suas receitas até 2074.
A agenda semanal e diária de transmissões esportivas, incluindo os jogos do futebol brasileiro e os direitos de transmissão dos clubes, está disponível no site: ondeassistir.net.br.
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