Colunista comenta a saída de Antero Greco do Twitter (Foto: Reprodução) |
Diante da situação, o presidente da CBF emite uma nota dura criticando os que motivaram a decisão de Greco. Aproveitou o espaço para criticar a mídia especializada em denúncias também. Política faz parte do jogo das palavras. Separou torcedores de selvagens. Apresentou uma proposta de debate para preservação da imagem do futebol e lembrou que no futebol vitória e derrota são duas faces de um mesmo lado da moeda, se o trocadilho assim permitir. Del Nero citou vários jornalistas vitimados por falar, entre eles, Marcelo Barreto, que também em nota desmentiu afirmando que não possui uma conta no Twitter por uma decisão pessoal e que nunca sofreu agressão nas redes sociais.
O que tudo isso pode sugerir? Quero destacar três pontos que refleti durante a semana, em certo grau é um discurso moralizante, mas o farei mesmo assim. (I) O primeiro deles é uma ideia de Del Nero, o “fair Play” precisa estar fora de campo. Torcer e apaixonar-se por um time de futebol não dá ao direito de um comportamento irracional e animalesco. É preciso expandir o bom senso e reconhecer a arena como um espaço de circo e não projetar as frustrações da vida no campo de jogo. O exigir jogo limpo, implica no torcer limpo. (II) As redes virtuais não são espaço do livre falar. O respeito deve prevalecer sobre as opiniões. As caixas de comentários tem se tornado cada vez mais locais de imbecilidades e falta de conhecimento, não estou falando do meu leitor, mas para situar, leiam o tamanho de asneiras ditas nas caixas de comentários de noticiários. Quando não concordo com uma opinião, antes de vociferar, vou fundamentar meu contra-argumento. Caixas de comentários e respostas não são expurgos. Um debate de bom nível passa pelo campo dos bons argumentos, e infelizmente algumas mesas-redondas apenas fundamentam tais expurgos e não elevam o nível do debate. Não se debatem torcida e opiniões, se debate argumentos. (III) E por último, vivemos a crise do crédito. E este é o fator de maior preocupação. Não geramos créditos em ninguém: classificamos todos os políticos como corruptos e jornalistas como torcedores. Esta generalização é impiedosa pois transforma todas as possibilidades em enredo emotivo de novela mexicana. O excesso de pessimismo impede de ver e entender aquele que é diferente ou que pensa d’outra forma, e assim cada vez mais, o ser humano fecha-se em si mesmo, criando um casulo incapaz de encontrar uma luz. Como diria o pensador da bola, Nelson Rodrigues, toda unanimidade é burra.
ESPAÇO DO LEITOR
Tens razão Albio, ainda bem que temos uma lei que preserva a livre-concorrência, sem ela as grandes operadoras estariam livres para criar seus próprios canais, e os grandes prejudicados seriam os assinantes (MÁRCIO) Isso mesmo Márcio, obrigado pelo comentário!
Albio Melchioretto - colunista do Esporteemidia.com
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto