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Coluna do Carlos Salvador #80: Cobertura Esportiva (Bola, batom e microfone)

Colunista comenta o assédio pela qual passou a repórter Gabriela Moreira da ESPN (Foto: Reprodução/ESPN.com.br)
Vivemos numa sociedade democrática, liberal e hipócrita. Vivemos dias difíceis com a economia, política e seus escândalos. Muitos de nós temos o esporte como refúgio, trégua ou até ‘porto seguro’. Sejamos homens ou mulheres, temos que ter nossa válvula de escape. Isso não significa que vamos passar o limite do extravaso. Significa que iremos apenas nos divertir, seja com seu amigo torcedor do mesmo time, seu amigo torcedor adversário, ou sua companheira que goste ou não de futebol. Vivemos algo que chamamos de SOCIEDADE. Existem princípios de vida que você leva desde pequeno, para seu trabalho, escola, casamento, amigos, estádio de futebol, etc. Mas parece que muitos se esquecem disso.

O ocorrido com a (ótima) repórter da ESPN Gabriela Moreira, na ultima quarta feira é algo que ultrapassa a linha do inadmissível. Gritos, xingamentos gratuitos, músicas ofensivas e principalmente ameaças, foram vistas e ouvidas por onde a repórter passava. Gabriela, como de costume tirou de letra, mas não deixou barato.

Temos muitas mulheres entendidas de futebol em nossa mídia. Além de Gabriela, podemos listar Renata Fan, Paloma Tocci, Fernanda Gentil, Vanessa Riche, entre outras. Todas elas bem portadas profissionalmente, bem sucedidas e de trabalhos respeitados. O que justifica então o xingamento gratuito? Talvez o ódio, ou a inveja de muitos aqueles que dentro de sua mediocridade gostariam de estar na posição que elas estão em sua profissão: destaque. A inveja talvez seja tanta que esses torcedores/bandidos/agressores esquecem de festejar e enaltecer a conquista do seu time, para pura e simplesmente espalhar ódio e preconceito contra outras pessoas.

Vemos que isso não é de hoje. Tivemos exemplos de preconceito dentro dos gramados, com a (mais) famosa auxiliar de arbitragem Ana Paula Oliveira, e mais recentemente com a também auxiliar Fernanda Colombo, vítimas de preconceito forte entre homens envolvidos com o futebol. Muitos desses ‘homens’ são filhos, maridos e pais. O que pensariam se fosse ali na beira do gramado sua esposa, mãe ou filha sendo tratada daquele jeito?

Houve a época que os xingamentos contra a mulher envolvida com futebol ficava no gramado. Agora passou-se para os microfones. Espero viver bastante para ver passar para atrás das grades.

Abraços!

Carlos Salvador - colunista do Esporteemidia.com
facebook.com/carlosaugusto.salvador
@calosalvador




 



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