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Albio Melchioretto #94: Semana para cornetas

Colunista comenta a movimentação do BandSpors no tocante a competições sul-americanas (Foto: Reprodução)
Novamente vou construir uma coluna retalhada, feita de muitos assuntos. Prefiro desenvolver apenas um tema e explorá-lo ao longo das diversas linhas, mas há semanas e semanas. Muitas vezes a coluna não tem sujeitos, nem objetos, mas são diferentes matérias formadas, de datas e velocidades ímpares. Linhas de ideias, dispersas que se cruzam num único universo, o midiático. Tem como território o espectador, você e eu, caro leitor. Somos, durante muito tempo, afetados por inúmeros estímulos, ora com emoção, satisfação, desejo e repulsa, mas somos consumidores de mídia.

Mídia que traz novidades. Há duas semanas informava ao colega Ribamar Xavier da possibilidade do BandSports transmitir nacionais sul-americanos. Minha fonte comentava a hipótese de o canal focar as transmissões esportivas, deixadas de lado pelo canal aberto. Há rumores, que os não demitidos da Band aberta sejam reaproveitados com a nova perspectiva que o BandSports terá na reestruturação do grupo Bandeirantes. A primeira novidade será a transmissão do futebol colombiano. Tentou, sem sucesso, acordos com o futebol argentino e chileno. Em diversas colunas venho falando que há um mercado a ser explorado, o futebol na América do Sul. A ESPN tem mostrado clássicos e finais do Uruguai. Este é um mercado de espaço e que pode conquistar o aficionado do futebol. Torço pelo respeito do campeonato e ao espectador, e que lições de tratamento que alguns fizeram com o argentino; mexicano ou com a NASL não se repitam.

Albio Melchioretto - colunista do Esporteemidia.com
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Enquanto a Band negociava com os colombianos, o camisa 10 da CBF falava besteira. Craque em campo Neymar tem feito muitas babaquices fora dele. Diante da estapafúrdia eliminação da seleçãozinha da CBF resolveu falar asneiras nas mídias sociais. Evidente que a repercussão que o fato recebeu foi gigante. Suas abobrinhas ganharam espaço maior do que deveria quando a “grande mídia” solitária em si e descontente de Dunga, vai ao ar com um aspecto de arrogância defender-se. O que vimos nesta semana, no caso Neymar por primeiro e da colocação de Tite à seleção foi uma necessidade, que parecer ser perene, a polemização. Como se o futebol possuísse único viés para o debate, o da polemização. Fiquei com a sensação de uma briga idiota e infantil do “nós [a imprensa] contra ele [Neymar], postura muitas vezes incorporada por Dunga. Há lados, é evidente, mas não são muros, são lados que se intercruzam, linhas de ideias que dependem uma das outras para sobreviver. O momento da queda da seleção e o fracasso do futebol nacional deveria ser um momento do Bom Senso (seja ele FC ou não) e de ganhar força entre jogadores e mídia para construir um futebol nacional forte, edificado e lucrativo para todos. A atitude de Neymar e a resposta da imprensa que apenas acusou uma prorrogação dos 7x1.

É evidente que Neymar e a imprensa brasileira não foram únicos no besteirol da semana. Ecclestone em coletiva no GP de Baku me fez entender porque a F1 está de desaceleração de audiência mundo a fora. O dirigente ironizou os direitos humanos, apoio a prisão de jornalistas oposicionistas do Azerbaijão, e nas entrelinhas justificou a corrupção. É fato que a gestão de Ecclestone trouxe lucros altíssimos à categoria, porém, sua postura humana é indigna de ser ouvido. Em contrapartida, a imprensa mundial avalia a chegada de Tite a seleção, chamada por vários órgãos de um “treinador máster” pela liderança e ética no futebol, ética que faltou nos palavrões de Neymar, na reação da imprensa e na arrogância de Ecclestone.

Por mais é isto.

Dica cultural da coluna:
O lado sujo do futebol: a trama de propinas, negociatas e traições que abalou o esporte mais popular do mundo. Texto de Amauri Ribeiro Jr; Leonardo Cipolini; Luiz Azenha e Tony Chastinet. Publicação da Editora Planeta. Um livro onde a crônica esportiva é feita a partir da ótica do jornalismo investigativo.

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