Albio Melchioretto #123: Globo tem nas mãos uma bomba que ela mesma criou

Colunista comenta imbróglio para renovação dos direitos de transmissão do Campeonato Paranaense (Reprodução)
Em 1992 pela primeira vez acompanhei os jogos do campeonato paranaense. Na época, com antena espinha de peixe, captava do sinal da extinta RCE Itajaí, onde acompanhei a épica final entre Londrina x União Bandeirante, e bons jogos do Matsubara e bons jogos do emergente Paraná Clube, nos primeiros anos de vida. A RCE era uma emissora afiliada a finada Rede OM, atual RIC Record Itajaí. Anos depois, ainda pude ver alguns jogos pela CNT, via parabólica cebolona. O estado vizinho, nos anos de 1990 apresentava jogos mais interessante que o certamente local, atualmente, é possível questionar com certa pretensão, se os catarinenses são melhores que os paranaenses, mas esta é outra discussão - a caixa de comentários agradece. Atualmente o futebol paranaense, aparece com competições secundárias na E-Paraná, via parabólica, também. Entretanto o que acontecerá com o estadual do paranaense este ano?

Albio Melchioretto
albio.melchioretto@gmail.com
@amelchioretto
Algumas coisas parecem retrocesso. O Campeonato Paranaense 2017 não terá transmissão do canal Premiere (pay-per-view). A ausência da dupla Atle-tiba no acordo pesou na opção de escantear Londrina, Paraná e os demais da competição da televisão paga. Enquanto isso o RPC, afiliada da Rede Globo no Estado, acertou com 10 times, novamente sem a dupla Atle-tiba, que também não acertou com a Primeira Liga, e por coincidência, tem o brasileirão acertado com EI Maxx a partir de 2019. Leio no Gazeta do Povo que o torneio custará R$ 4 milhões a RPC. Sem os dois principais, a cota do Paraná Clube caiu de R$ 1 milhão para R$ 450 mil e a do Londrina de R$ 600 mil também para R$ 450 mil, enquanto os outros 8 clubes dividirão R$ 2,7 milhões.  Leio no Papo de Mídia que o contrato valerá por 3 anos e tem cláusula que permitirá os ingressos de Atlético e Coritiba com alteração de valores aos demais em qualquer momento.

O que faz esta confusão toda? Lembram do Brasileirão de 2012 que a RedeTV! levou e não mostrou? A partir daquele ano a Globo começou a negociar valores por clubes. A entrada do aniversariante Esporte Interativo pelos direitos do brasileirão também tem causa deste problema. Os clubes não negociam a competição como um produto unitário, como uma liga. Cada qual está pensando nos próprios interesses. Critico este sistema porque ele não favorece o produto, e sim a aposta individual. Se o campeonato fosse pensado como um todo, ele seria valorizado. Os espectadores perdem que não terão o produto no pay-per-view e as duas maiores torcidas da competição estarão limitadas ao bom e velho radinho para acompanhar as pelejas. Quem ganha? Ninguém. Se a dupla da capital tentou valorizar seus direitos, acabou sem nada. É preciso pensar a exposição da liga e não apenas de duas ou três camisas. Problema semelhante teremos no brasileirão a partir de 2019, se não houver uma revisão nas leis que regem os direitos de transmissão. Direito de transmissão não pode ser individualizado, vide o exemplo das competições mexicanas, uma verdadeira balbúrdia.

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