COLUNA #177 | A relação da Imprensa com a Seleção MASCULINA, por Alipio Jr.


Após o vexame da Copa do Mundo de 2014 havia um clamor solene pela contratação de Tite. A imprensa vendia o treinador como a solução para todos os problemas de escassez de esquema tático, modernidade e todas as titebilidades do pacote.

A CBF escolheu Dunga, inexplicavelmente. Este vivia às turras com a imprensa, tratando-os como inimigo e sendo tratado por eles como um indesejável. Como um Snow da vida, querendo ter direito ao trono. O fracasso foi rápido e com a sua demissão, não havia dúvidas: Era Tite ou nada.

Colunista fala da mudança de postura da imprensa com a seleção treinada por Tite (Reprodução/ESPN)
Note como a imprensa é estranha. Cansamos de ver matérias enaltecendo o dialeto titeano, do box-to-box a terço final. A imprensa estava tão encantada que amigavelmente ignorou as opiniões do treinador brasileiro sobre a CBF e seus comandantes.

Na Copa do Mundo, tudo mudou. A superproteção a Neymar, a insistência com um Gabriel Jesus em má fase e a convocação questionável, levando diversos jogadores que não estavam bem fisicamente ou pouco jogavam em seus clubes deu início ao processo de separação do casal.

Como casal que deseja se separar sempre tenta a terapia antes, essa aconteceu em amistosos inócuos e vitórias opacas, escondendo os problemas do escrete canarinho. E a imprensa estava lá, dizendo que era um Tite que havia aprendido com seus erros. E aí começa a Copa América.

Com a dispensa de Neymar e o foco do noticiário esportivo deixando de lado os problemas policiais, lembraram que o treinador ainda era o Tite e que algumas coisas não funcionavam. O meu incômodo com essa bipolaridade da imprensa é que o Tite é o mesmo, nada mudou.

Quem acompanha o futebol como a imprensa deveria fazer, vai lembrar da sua eliminação precoce com o Corinthians na pré-Libertadores e a volta por cima ao ganhar nacional, sul-americano e mundial. Com o seu esquema reativo, rei do 1-0 e o discurso empolado, parecendo falar para um séquito de fãs. Se a memória ainda estiver boa, lembrarão que esta mesma imprensa o apelidou de “empatite” no ano seguinte, quando seu time foi um dos que mais empatou no campeonato e seu sistema de jogo reativo já não era tão eficiente assim.

Alipio Jr.
@alipiojr
Escreví este texto antes do jogo entre Brasil e Paraguai. O futebol ensina que quando ganha não está tudo certo e quando perde, nem sempre está tudo errado. Encontrar esse meio-termo é que está o segredo do negócio.

Sendo assim, muito cuidado com a euforia da imprensa após a última goleada e a sua satisfação ao ver a mexida no time para o confronto desta noite. Torçamos para que o Brasil tenha uma boa atuação e saia vencedor do confronto.

Incompreensível é a imprensa achar que o Tite de alguns anos atrás mudou, só por ter assumido a Seleção. É o mesmo. Com as mesmas manias e trejeitos. O que mudou foi a imprensa. Passou da admiração a reclamação e descobriu que o dicionário não era tão indecifrável assim.

Abraços e até a próxima.



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3 Comentários

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  1. O Encantador de serpentes não tá mais encantando tanto assim.

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    1. Não mesmo, uma hora as serpentes dão o bote nele.

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  2. Isso também vale para nós, reles mortais, perde é uma besta,ganha é bestial!Otto Glória

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