Coluna do professor #401: A Controvérsia da Arbitragem no Parajasc 2024

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Na última edição do PARAJASC, um evento esperado por atletas e entusiastas do esporte paralímpico de Santa Catarina, a Bocha e o Atletismo foram adiados, deixando um vazio na competição devido à escassez de arbitragem. Sim, a organização foi desorganizada. Um escândalo. Se a entidade organizadora fosse decente, cabeças teriam rolado após o evento, em vez disso, jogaram toalhas quentes. 

O PARAJASC é a sigla para os Jogos Abertos Paradesportivos de Santa Catarina, um evento destinado a atletas com deficiência, que visa promover a inclusão, a competição e o desenvolvimento do esporte adaptado no estado. Realizado pelo governo do estado por meio da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), a edição de 2024 teve provas sediadas em Blumenau e Timbó, ambas no Médio Vale do Itajaí.

A divergência entre os honorários propostos pela Fesporte e as demandas dos árbitros foi o estopim para a polêmica que resultou na exclusão de 761 competidores do atletismo paradesportivo. O impasse incluía não apenas a remuneração das diárias, mas também a necessidade de cobrir despesas básicas como alimentação e transporte, aspectos essenciais para garantir a participação dos profissionais nas competições.

A falta de sensibilidade e diálogo entre as partes envolvidas, aliada a questões políticas em ano eleitoral, agravou a situação, culminando na ausência dos árbitros no PARAJASC e, consequentemente, na exclusão dos atletas especiais que almejavam competir e celebrar a inclusão através do esporte. E aqui o grande culpado possui nome e sobrenome: a autarquia responsável pelo evento.

Este episódio lamentável serve como um chamado à reflexão sobre a importância do esporte, não apenas como competição, mas como ferramenta de integração e superação. A falta de apoio estatal e reconhecimento aos atletas e profissionais envolvidos demonstra a urgência de uma mudança de postura, que priorize o bem-estar e a igualdade de oportunidades no cenário esportivo de Santa Catarina. A Fesporte precisa deixar de ser um cabide de empregos para agregar a base de apoio do Governador e passar para um estágio de profissionalismo.

Escrevo sobre este episódio lamentável para parabenizar a mídia do estado pela cobertura do fato e pela reflexão crítica diante da ação irresponsável dos organizadores. Se foi um boicote, mesmo assim, podemos levantar dedos e apontá-los para, no mínimo, classificar a Fesporte como insensível a uma negociação e aos atletas envolvidos.

E a pergunta, por que o evento ficou escondido da mídia? Sequer canal no YouTube mostrando a competição? 

Sobre o autor:
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau.

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