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| Foto: Divulgação/CRB |
A crise financeira que assombra os clubes da Série B do Campeonato Brasileiro chegou a um novo capítulo. Em um movimento inédito, os 20 clubes da competição enviaram uma requisição formal à CBF pedindo que a entidade reassuma o controle das negociações comerciais da Série B. O pedido, segundo revelou reportagem de Rodrigo Mattos e Igor Gadelha no UOL, foi acompanhado de apelos por ajuda financeira imediata — e atendido em parte: a CBF liberará cerca de R$ 2,5 milhões até o fim do ano para socorrer as equipes.
A solicitação dos clubes vem em meio a críticas severas ao modelo de negociação das ligas LFU (Liga Forte União) e Libra, que assumiram a comercialização dos direitos da Série B para 2025, mas não conseguiram repetir os valores que eram garantidos quando a CBF administrava diretamente a competição.
Contratos menores e frustração com a Libra e a LFU
De acordo com dirigentes presentes à reunião na sede da confederação, a arrecadação total com os novos acordos caiu de R$ 240 milhões para R$ 170 milhões, considerando placas e contratos de transmissão. O principal acerto foi com a ESPN, que adquiriu os direitos por cerca de R$ 50 milhões, valor considerado insuficiente pelos clubes.
A agência Peak, responsável pela concorrência comercial, ajudou na intermediação dos acordos, mas o retorno financeiro ficou aquém das expectativas. “Foi uma vergonha”, disparou Mário Marroquim, presidente do CRB, durante o encontro na CBF.
Os dirigentes alegam que a diminuição das receitas — somada ao aumento dos gastos com elencos para se manter competitivos — vem tornando a situação insustentável. “Precisamos de socorro”, afirmou Adson Batista, presidente do Atlético-GO, em tom de urgência.
“Queremos a CBF de volta”
O movimento ganhou força com a assinatura de todos os 20 clubes da Série B em uma carta endereçada à CBF, na qual reconhecem o desequilíbrio financeiro e pedem a retomada da gestão comercial pela entidade. No documento, os clubes ressaltam que a proposta busca “garantir a sustentabilidade da competição nos próximos anos”, por meio de um modelo de cooperação direta entre confederação e clubes.
“Entendemos que a forma mais eficiente para garantir a sustentabilidade da competição é implementar um modelo de gestão comercial coordenado pela CBF, respeitando contratos e valores já firmados”, diz o trecho da carta.
Apesar da pressão, a LFU resiste à devolução do controle comercial à CBF, alegando compromissos com investidores e contratos já assinados.
A Série B vive uma encruzilhada
O impasse expõe uma disputa política e econômica que vai além da Série B: trata-se de um teste para o futuro do modelo de ligas no futebol brasileiro. Enquanto clubes pedem o retorno ao modelo centralizado da CBF, as ligas defendem a autonomia e o poder de negociação independente — ainda que os resultados financeiros, por ora, não convençam.
A CBF, por sua vez, tenta equilibrar os ânimos com o aporte emergencial de R$ 2,5 milhões, mas a pressão por uma revisão do modelo de gestão comercial da Série B deve continuar nos próximos meses, especialmente à medida que se aproximam as definições de 2025.
A agenda semanal e diária de transmissões esportivas, incluindo os jogos da Série B do Campeonato Brasileiro, está disponível no site: ondeassistir.net.br.
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O principal problema é que neste ano não havia nenhum time de impacto nacional na série B, o que prejudicava bastante a formação dos valores. Tanto que a Globo, por meio do Premiere, pulou da barca
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