![]() |
| Foto: Reprodução/Instagram/TotalEnergiesAFCON2025 |
A Copa das Nações Africanas (CAN) é uma competição que reúne as seleções africanas. De maneira geral, poderíamos dizer que é a versão Afro da Copa América, já que a nossa é o mais antigo torneio entre seleções em disputa. Ela teve início em 1960 com três seleções e hoje conta com o formato de eliminatórias, fase final com 24 seleções, num modelo semelhante à Copa do Mundo, México-86 e posteriores. São 6 chaves com 4 seleções, e a partir daí, jogos únicos dados desde as oitavas até chegar ao campeão. O torneio é bianual com a promessa de, 2028 em diante, entrar na temporalidade quadrianual, como os demais torneios continentais.
Na televisão brasileira, tivemos em 1992 TV Cultura mostrando, inclusive a final, está disponível no YouTube, com dica do amigo Edu César (Papo de Bola). Um grande hiato, voltando em 2010 e 2012 com Esporte Interativo; 2013 e 2015 com Sportv. Em 2017, não houve transmissão para o Brasil. No ano de 2019 DAZN e depois disso, uma sequência com Band/Bandsports; 2021; 2023 e agora 2025.
Minha primeira CAN foi com o Esporte Interativo, na versão de 2010, sediada em Angola. Imagem chuviscada de baixa frequência na parabólica analógica, sinal com quedas. Não havia GC (Gerador de Caracteres) oficial. Nem sempre a organização disponibilizava a escalação. Uma aventura acompanhar a competição e o que de fato estava acontecendo. E como a CAN profissionalizou-se nas últimas edições.
Acompanhar a edição atual mostra os avanços necessários para uma boa competição. Uma imagem com qualidade, informações assertivas, dados oficiais e outras informações para uma boa transmissão. Os últimos 15 anos mostraram avanços significativos e como melhoraram a competição. Ela é uma competição com jogos alternativos e interessantes, mas o charme não é suficiente para prender o espectador. Qualidade na entrega do produto é fundamental para o sucesso e engajamento do público.
O que falta às transmissões brasileiras, apesar da melhoria da qualidade, são informações além da trivialidade. No jogo de Camarões, um dos comentaristas do BandSports insistia em “escola camaronesa”. Meu amigo, que escola é essa? Como pensar num certo disciplinamento se a maioria dos jogadores não passou pela formação de clubes camaroneses? Não existe a escola camaronesa, como não há um padrão afro de futebol.
Além das generalidades de comentários, que não dizem absolutamente nada, faltam-lhe repórteres nos lugares de jogos. Como pensar os detalhes do jogo à distância, ou ainda, como perceber o clima de jogo sem repórteres nos locais. As políticas de baixo custo comprometem a qualidade de transmissão. Mostrar é bom, mas é preciso qualificar o produto. Até agora, vivemos uma CAN como se fosse algo exótico, mas, com a profissionalização das transmissões por parte dos organizadores, urge profissionalizar a entrega para o público final. Um dos aspectos é o envio de repórteres para as transmissões, isso não se resume apenas à CAN.
Sobre o autor:
Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau, editor do podcast, Tecendo Ideias (Top 100 Education Podcasts).
Massaranduba, domingo, 28 de dezembro de 2025.

