Coluna do professor #415: Galvão e [poucos] amigos

Foto: Reprodução

Confesso que acompanho "Galvão e Amigos" com um misto de nostalgia e frustração, geralmente via BandPlay e raras vezes “ao vivo” pela Band. Lembro dele na extinta Rede OM e da Libertadores de 1992, e de estranhar a F1 com “outras” e competentes vozes. Talvez a memória me traia, mas Galvão pode ter sido a voz da final do paranaense daquele ano, entre Londrina e União Bandeirante. Memórias da infância.  

Galvão Bueno é uma lenda da narração esportiva, um nome que transcende gerações, e ver seu talento sendo subutilizado na Band dói. Suas histórias poderiam ser a âncora de uma programação robusta, mas a emissora insiste em enterrar o programa em um horário nobre que já foi sugado pela programação religiosa. Enquanto telecultos ocupam espaços o programa tenta sobreviver com o que resta de audiência com entrevistas de peso. Mas, convenhamos, até quando um ícone como ele aceitará ser refém de uma grade que o desvaloriza?   

Os números não mentem: "Galvão e Amigos" mal chega a 2 pontos de audiência, um fracasso para quem tem elenco e comandante de peso. A Band parece ignorar que, na TV aberta, contexto é tudo. Colocar um programa esportivo sofisticado após horas de conteúdo religioso é como servir um vinho caro num copo de plástico. Os patrocinadores, que pagaram caro pelo nome de Galvão, já devem estar questionando o retorno. E não é difícil entender, qual marca quer ser associada a um programa que ninguém vê, mesmo com um apresentador lendário.   

Se nomes de peso, como foi antes com Faustão e é agora com Galvão não conseguem salvar a BAND de si mesma, o que restará para a simpática emissora do Morumbi? 

Sobre o autor: 

Prof. Dr. Albio Fabian Melchioretto (www.albiofabian.com). Doutor em Desenvolvimento Regional. Professor pesquisador ligado a Faculdade SENAC Blumenau, editor do podcast, Tecendo Ideias.

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