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| Foto: Pedro Souza / Atlético |
O Atlético-MG surpreendeu o futebol brasileiro nesta terça-feira (28) ao anunciar sua saída da Libra e o retorno à Liga Forte União (LFU), grupo que hoje reúne 33 clubes em torno de um projeto de governança e sustentabilidade no futebol nacional. O comunicado oficial reforça que o clube mineiro seguirá negociando parte de seus direitos econômicos do Campeonato Brasileiro, em parceria com a Sports Media Entertainment, respeitando os contratos já firmados.
A decisão do Galo representa um novo capítulo na disputa entre Libra e LFU, as duas frentes que tentam consolidar a criação de uma liga nacional unificada, nos moldes dos principais campeonatos europeus.
“Liderar pelo exemplo”: a visão do Atlético-MG para o futuro do futebol brasileiro
Em nota, o Atlético-MG justificou a mudança como uma atitude estratégica e de liderança em prol de um projeto coletivo.
“O Atlético dará esse passo para somar, liderar pelo exemplo e contribuir para uma liga unificada que promova equilíbrio competitivo, crescimento dos clubes e sustentabilidade financeira.”
O texto reforça que o clube “sempre defendeu um modelo moderno, sustentável e com os clubes no centro das decisões estratégicas”, destacando que a LFU oferece a estrutura ideal para concretizar essa visão.
Liga Forte União: união de 33 clubes e modelo de governança profissional
Criada em 2022, a Liga Forte União hoje reúne 33 clubes brasileiros, sendo 10 da Série A, em torno de uma proposta de modernização da estrutura e da governança do futebol nacional.
O grupo firmou, em 2023, um acordo de investimento de longo prazo que garante previsibilidade de receitas e autonomia financeira aos membros — um atrativo que tem conquistado novos adeptos nos bastidores.
A LFU prega transparência, equilíbrio competitivo e sustentabilidade, valores que o Atlético-MG cita como essenciais para a consolidação de uma liga única e forte.
Sports Media Entertainment entra em cena
De acordo com o comunicado, a Sports Media Entertainment será responsável por adquirir parte dos direitos econômicos do Atlético-MG relacionados ao Campeonato Brasileiro.
Os valores, percentuais e prazos não foram divulgados, mas o clube informou que o processo seguirá as condições contratuais e passará por aprovações necessárias antes de ser concluído.
A entrada da empresa no negócio reforça o interesse crescente de investidores internacionais no potencial de valorização do futebol brasileiro, especialmente no contexto de uma futura liga profissional.
O que muda com a decisão do Galo
Com o retorno à Liga Forte União, o Atlético-MG se alinha novamente a clubes como Internacional, Fluminense, Athletico-PR e Cruzeiro, reforçando o bloco que defende divisão mais equilibrada de receitas, gestão compartilhada e maior independência dos clubes frente às emissoras e investidores externos.
A saída do Galo da Libra, que conta com Flamengo, Palmeiras e outros grandes, reacende o debate sobre qual modelo é mais viável para o futebol brasileiro — e aproxima o país de uma possível pacificação entre os blocos rivais, passo essencial para a criação de uma liga verdadeiramente unificada.
Um movimento com peso político e simbólico
O gesto do Atlético-MG tem impacto além das negociações comerciais: representa um chamado à cooperação. No comunicado, o clube critica atitudes individualistas e reforça que o desenvolvimento do futebol nacional depende da união entre os clubes.
“O Galo acredita que atitudes individualistas comprometem o diálogo e enfraquecem o propósito comum. O desenvolvimento do futebol só é possível por meio da cooperação entre os clubes.”
Com o peso de sua história e representatividade, o Atlético se coloca como agente de equilíbrio no debate sobre a criação da liga brasileira — uma pauta que, apesar de avançar lentamente, pode transformar o modelo esportivo e econômico do país.
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